O fenômeno inflacionário é muito conhecido no mundo e especialmente presente no Brasil: na década de 90, o país passou por uma hiperinflação. No entanto, existe um fenômeno menos conhecido, mas que é muito importante: a estagflação. E é preciso saber como fazer a proteção de renda em períodos afetados por ela.
Por isso, preparamos um artigo completo sobre estagflação, suas causas e consequências para a economia.
O que este artigo aborda:
- O que é estagflação?
- Como a estagflação acontece?
- Quais as consequências da estagflação?
- Como conter a estagflação?
- Como se proteger da inflação?
O que é estagflação?
Estagflação é o nome dado a um fenômeno macroeconômico que ocorre quando há dois acontecimentos ao mesmo tempo: o aumento da inflação a níveis preocupantes e um decréscimo na atividade econômica do país.
Esse fenômeno gera um aumento nos preços (ou seja, inflação) ao mesmo tempo em que ocorre uma diminuição da produtividade econômica. Isso faz com que haja uma demanda menor para comprar produtos e serviços por parte da população.
Como pode ser observado, esse é um fenômeno multifacetado capaz de trazer consequências negativas, como ocorreu nos anos 70 nos EUA, quando o aumento dos preços do petróleo e o excesso de dívidas do país levaram à estagflação.
Como a estagflação acontece?
De forma geral, esse processo começa quando os bancos de determinado país começam a conceder crédito de forma descontrolada. No entanto, não é possível manter crédito barato e acessível por longos períodos, uma vez que isso acaba gerando um aumento da base monetária de um país.
Esse aumento da base monetária acaba causando inflação, ou seja, um aumento sistemático nos preços de bens e serviços. Para conter isso, o Banco Central aumenta a taxa de juros.
Com uma taxa de juros maior, o lucro proveniente de investimentos em títulos públicos acaba sendo maior, fazendo com que os bancos sejam mais criteriosos na hora de emprestar dinheiro. Isso acaba dificultando a concessão de crédito.
O aumento na taxa de juros faz com que muitas empresas endividadas queiram financiar suas dívidas novamente. No entanto, como é mais difícil conseguir crédito, as taxas de juros acabam sendo maiores que anteriormente, aumentando o endividamento.
Todo esse fenômeno pode gerar a falência de empresas, desemprego, desindustrialização e muitos outros problemas, como veremos a seguir.
Quais as consequências da estagflação?
Infelizmente, esse processo pode causar inúmeros problemas econômicos e sociais, tanto de curto quanto longo prazo. Primeiramente, muitas empresas podem ser forçadas a declarar falência, uma vez que não terão mais dinheiro para arcar com suas despesas por conta do alto endividamento.
Com um alto número de empresas declarando falência ou diminuindo de tamanho, há um aumento no desemprego, o que aumenta a pobreza do país. Além disso, o país pode sofrer o processo de desindustrialização, ou seja, perda da capacidade de produção industrial. Isso é especialmente relevante se o processo demorar para ser contido.
Há também um aumento excessivo no câmbio, uma vez que aquele país passa a ser menos atrativo para investidores estrangeiros. Como consequência, a moeda local se desvaloriza.
Por fim, esse é um processo que gera desigualdade, pois investidores e empresários com caixa podem comprar ações, imóveis e outros ativos por preços mais baratos (geralmente, de pessoas que precisam vendê-los para equilibrar as contas).
Como conter a estagflação?
Não há consenso acadêmico sobre quais medidas econômicas são capazes de conter esse fenômeno. Entretanto, em muitos casos de estagflação a solução foi encontrada através da aplicação de uma série de medidas contracionistas, como a diminuição dos gastos governamentais e aumento da taxa de juros.
Além disso, medidas de abertura econômica e aumento de produtividade costumam ajudar a superar o problema mais rapidamente.
Como se proteger da inflação?
De fato: como o fenômeno de estagflação está associado a períodos inflacionários, é preciso saber como se proteger desse problema que pode causar a perda do seu poder de compra.
Primeiramente, é preciso tirar o dinheiro para emergências da poupança e alocar em investimentos que tenham como base a taxa de juros da economia. Isso faz com que não se perca valor ao longo do tempo.
Entre os exemplos, podem-se citar o Tesouro Selic e CDBs com pelo menos 100% do rendimento do CDI e outros. Além disso, costuma ser um momento vantajoso para se investir em títulos públicos de longo prazo, que costumam entregar altas rentabilidades nesses períodos (às vezes nas casas dos dois dígitos).
Por fim, para quem pensa a longo prazo, também é possível comprar ativos de risco, como ações e fundos imobiliários, a preços mais atrativos. Assim, em um período de baixa taxa de juros, esses ativos tendem a se valorizar de forma expressiva.
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