Imagine um homem com seu salário de 800 reais, casado com uma mulher que possui uma renda de 1,2 mil reais. O poder de compra dessa família se restringe em 2 mil reais. Imagine que esta família não possui acesso há serviços bancários, cartões de crédito ou a qualquer outro tipo de crédito. Considerando que alimentação e despesas básicas da casa (água, luz) representem 40% da renda da família, teríamos uma família com poder de compra de R$ 1.200,00. Consequentemente, essa família teria um limite de compra, obrigando-se a comprar um item doméstico por mês. Uma geladeira este mês, uma televisão no outro e assim sucessivamente. Esta situação ocorre porque não há possibilidade de alavancar seu poder de compra, gerando um limitador.
Essa situação, considerando a teoria keynesiana, é ruim para a economia. Ao restringir o poder de compra de uma família à sua renda real, estamos forçando o mercado a produzir menos, contratar menos e gerar menos riqueza. Com o tempo essa situação vai piorando, gerando inércia na economia. Para piorar a situação, as empresas começam a produzir cada vez mais, com o objetivo de reduzir seus custos de produção e (teoricamente) aumentar seus lucros. Para quem não sabe, esse cenário seria mais ou menos o resumo da crise de 29.
Imagine agora que esta família possui uma linha de crédito com valor que chegue à 10x o valor do seu poder de compra. Neste momento estou dizendo que ela passou de um limite de 1,2 mil para um poder de compra de 12 mil. O que antes eles poderiam adquirir em um ano, poderão adquirir em 1 mês! Com isto temos um aumento na demanda e a necessidade de agravar a oferta de produtos no mercado. Como as empresas precisam produzir mais, contratam mais e, pessoas com renda maior e acesso a linhas de crédito consomem mais. Um milagre!
Ferramenta certa, usuários errados
Como vocês viram no meu exemplo xucro, todo tipo de linha de crédito – seja ele o cheque especial, o cartão de crédito ou o empréstimo pessoal – tem por finalidade alavancar o poder de compra de uma pessoa, para que esta possa consumir mais. Esta estratégia foi o que salvou o mundo após a crise de 1929. E é o que vêm salvando o mundo desde então.
O problema é que nós, meros mortais semi-racionais não estamos preparados para lidar com um poder de compra avassalador. Somado a falta de organização financeira e planejamento, temos uma bomba relógio que estoura todos os dias na mão de alguém.
Este milagre ainda é algo incrivelmente poderoso para quem sabe se organizar e planejar o uso de seu dinheiro. Considerando que hoje qualquer pessoa pode ter um cartão de crédito, é possível sim melhorar seu poder de compra de maneira absurda. Se você considerar uma renda anualizada juntamente com o limite de crédito anualizado, perceberá que está muito fácil construir um patrimônio do nada, com um poder de compra de 2 mil reais.
Agora, para você aproveitar todo esse “poder” é preciso iniciar seu planejamento financeiro. E rápido!
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