Incertezas na carreira, melhores benefícios ou salários na concorrência, além de uma priorização da saúde mental estão entre os fatores que ajudam nessa rotatividade de empregos na vida dos profissionais mais novos.
Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Ipea, os jovens entre 15 e 24 anos mudam com frequência de emprego. De acordo com a pesquisa, sete em cada dez profissionais se desligam do emprego menos de um ano depois de serem efetivados.
Especialistas afirmam que esse comportamento está relacionado com a vontade de melhor gerenciar as vidas pessoais e profissionais, separando elas. O novo modelo de comportamento não prioriza o salário e planos de carreira, mas sim o bem-estar e alinhamento dos seus valores com as empresas.
Esse padrão de troca de empregos após um curto período de tempo pode levar ao Turnover, ou seja, a alta rotatividade de funcionários dentro de uma organização num período determinado de tempo.
O que este artigo aborda:
- Por que os jovens estão mudando de emprego?
- Instabilidade na empresa ou setor
- Tédio nas tarefas diárias
- Outras oportunidades
- Incertezas profissionais
- Querem flexibilidade
- Priorizam a saúde
- Procuram por empresas com melhores climas organizacionais
- É errado esse comportamento?
- O que as empresas podem fazer
- Valorizar o profissional
- Repensar os benefícios e o salário
- Fazer um acompanhamento e oferecer feedbacks semanais
- Oferecer flexibilidade de horário
- Investir no profissional
- Criar um bom ambiente profissional
Por que os jovens estão mudando de emprego?
Nas gerações passadas era comum ficar 10 anos em uma mesma empresa, formando uma carreira sólida, mas hoje, os profissionais buscam novos desafios cada vez mais rápido. Alguns fatores colaboram para essa mudança de emprego com frequência, como:
Instabilidade na empresa ou setor
Esse motivo pode ser causado por traumas relacionados a desligamentos antigos causados por crises econômicas.
Então, esse jovem, ao perceber que a empresa está passando por problemas financeiros, ou que a economia do setor que atuam não vai bem, se jogam em outras oportunidades como forma de se proteger e evitar uma possível demissão.
Tédio nas tarefas diárias
Pessoas talentosas, inteligentes e produtivas esperam ser reconhecidas e recompensadas de acordo com o seu esforço, isso é, quanto mais entrego mais espero receber de volta.
O perfil profissional mostra que elas querem desafios constantes em suas carreiras e grandes escaladas no nível de senioridade, e se a empresa não oferece isso, elas se sentem entediadas e sem motivação para desempenhar sua função, procurando outro lugar para trabalhar.
Outras oportunidades
Um dos fatores que levam os jovens a mudarem de profissão ou empresa é a oportunidade em uma área que seja mais adequada na visão do profissional ou que ofereça mais benefícios e um salário mais alto.
Além disso, ofertas de mais emprego em áreas que sejam mais próximas de metas pessoais também são um diferencial na escolha.
Incertezas profissionais
Se o colaborador não tem certeza em qual área quer atuar ou quais são suas metas pessoais, pode facilmente se encantar por outras vagas e trocar de emprego. Também é um fator o fato dos jovens não terem planos de carreiras definidos, sendo atraídos por novas experiências.
Querem flexibilidade
Tanto de horário quanto de locais de trabalho. O home office e entregas de acordo com dados e não horários se tornou o sonho da maioria dos jovens.
Esses profissionais buscam ter mais autonomia para cumprir e entregar suas tarefas, não precisando seguir processos empresariais, como as 8h fixas de trabalho dentro de um escritório.
Priorizam a saúde
Tanto física quanto mental, por isso os jovens procuram empresas que se importam com esses tópicos. Mais do que um salário alto, os profissionais desejam benefícios como vale-terapia, espaço para alongamento e ioga, entre outros.
Procuram por empresas com melhores climas organizacionais
Para colaborar com uma boa saúde mental, os jovens estão preferindo espaços que tenham uma boa cultura e onde haja respeito e espaço para a diversidade. Além disso, eles buscam um espaço onde se sintam confortáveis e incluídos nas tomadas de decisões.
É errado esse comportamento?
Uma das preocupações dos pais e até mesmo dos jovens é se essa alta rotatividade de empregos pode ser um ponto negativo no currículo e um ponto de alerta nas entrevistas de emprego.
Segundo a Catho, empresa que divulga oportunidades de emprego, esse comportamento é visto de duas maneiras pelos recrutadores.
Algumas empresas não veem com bons olhos os colaboradores que possuem diversos empregos nos últimos anos. Entre as preocupações deles é o que o jovem profissional não vá parar tempo suficiente na empresa, para entender sua função e exercê-la.
Os recrutadores também afirmam que há um medo de investir tempo e recursos na preparação desse jovem, processo que pode levar até um ano, e logo após esse período ele sair e ser necessário refazer isso com outro colaborador.
Já os recrutadores que vêem essa mudança de empregos frequentemente de forma positiva, têm a intenção de ouvir e entender as motivações que levaram essa rotatividade.
Para essas empresas o tempo de casa não conta tanto quanto os resultados entregues por esses jovens. Então, os recrutadores priorizam as ações dos profissionais e não suas escolhas de permanecerem na empresa.
O que as empresas podem fazer
Para garantir a felicidade dos colaboradores e a sua permanência por um longo período de tempo, algumas ações podem ser tomadas pelas empresas, buscando fidelizar os talentos. Entre as ações que as empresas podem tomar estão:
Valorizar o profissional
Por meio de palavras e ações. Dar bonificações por resultados entregues também desempenha essa função.
Repensar os benefícios e o salário
Se os jovens estão desmotivados com seu salário, talvez seja hora da empresa reconsiderar esse fator, comparando a faixa salarial com empresas do mesmo setor e porte.
Fazer um acompanhamento e oferecer feedbacks semanais
Fazendo relatórios e analisando cada caso de forma única. Além disso, faça frequentemente feedbacks, eles ajudam a alinhar as expectativas do profissional. Também é fundamental criar um plano de carreira para os profissionais, definindo metas e prazos.
Oferecer flexibilidade de horário
Talvez mudar a cultura corporativa, priorizando as entregas e não a carga horária fixa de trabalho ajude aos colaboradores a se sentirem motivados. Além disso, ofertar o home office pós-pandemia será um diferencial.
Investir no profissional
Dando a ele benefícios como vale-terapia, espaço para alongamentos e ioga durante o expediente, além de prêmios por bons resultados.
Criar um bom ambiente profissional
Para fortalecer os laços entre os colaboradores, criando uma sensação de união, um bom clima organizacional deve ajudar.
Os jovens estão cada vez mais trocando de emprego de forma rápida, e entre os motivos que os levam a isso estão o sentimento de não serem valorizados pelos seus resultados, as incertezas na carreira ou no setor de atuação entre outros.
E para evitar essa rotatividade de funcionários, as empresas podem apostar em algumas ações de fidelização, como: flexibilidade de horários, uma boa cultura organizacional e a oferta de benefícios.
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